O Índice de Atividades Turísticas cresceu 85,7% em abril de 2022, na comparação com o mesmo mês do ano passado. A pesquisa foi divulgada nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O indicador, que mede a movimentação econômica do setor de turismo, subiu sobretudo porque as empresas que atuam nos segmentos de transporte aéreo, restaurantes, hotéis, locação de automóveis, transporte rodoviário coletivo de passageiros, serviços de bufê e agências de viagens tiveram mais receita.
Segundo o IBGE, o indicador avançou em todos os 12 estados que fazem parte do levantamento. Ceará (135,8%), Minas Gerais (132,7%), Espírito Santo (123,3%), Distrito Federal (108,0%), Bahia (105,7%) e Rio Grande do Sul (104,5%) se destacaram.
Em 2022, o Índice de Atividades Turísticas acumula alta de 51,3% em relação a 2021. Representantes do setor estão confiantes com a retomada do crescimento, um dos mais afetados pelas medidas restritivas no combate à pandemia da Covid-19.
Para Ana Carolina Dias, vice-presidente administrativa da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV), a melhora dos indicadores está associada à cobertura vacinal contra o novo coronavírus e à queda do número de internações e mortes pela Covid-19.
“As pessoas estão se contaminando com Covid-19, mas as mortes caíram de forma vertiginosa. Isso nos dá uma certa tranquilidade de que estamos voltando ao normal e de que esse número vai crescer cada vez mais. Estamos investindo e acreditamos nesse aquecimento”, aposta.
As empresas de agências de viagens faturaram cerca de R$ 19,2 bilhões em 2021, resultado 37,6% maior do que em 2020, segundo a ABAV. Apesar da retomada, Ana Carolina diz que o setor de turismo ainda não está no mesmo patamar de antes da pandemia e que as perdas, sobretudo no ano de 2020, são irrecuperáveis. “Em alguns segmentos muito pontuais, como os restaurantes, a recuperação ocorre de forma mais rápida, mas o turismo, de forma geral, teve muitas perdas e elas ainda não foram reparadas na sua totalidade. E acredito que a gente nem consiga recuperar, se a gente for fazer um cálculo financeiro específico de forma fria”, avalia.
Expectativas
Ana Carolina ressalta que o brasileiro gosta de viajar e que, com o arrefecimento da pandemia, as atividades turísticas vão crescer e contribuir para o desenvolvimento das cidades que dependem do setor. “Acreditamos nesse crescimento. Mesmo com a economia ruim, a inflação deteriorando muita coisa, o câmbio muito alto, as pessoas se reinventam. O turismo tem sido precursor de uma retomada financeira das cidades muito mais rápida”, diz.
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