A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quinta-feira (28), a operação Cobiça, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida no garimpo ilegal e em crimes ambientais na região do Tapajós, no oeste do Pará. Entre os investigados estão o tenente-coronel Campos, comandante do 15º Batalhão de Polícia Militar (15º BPM) em Itaituba, e o coronel Pedro, comandante do Comando de Policiamento Regional 10 (CPR-10).
A ação ocorre simultaneamente em cinco localidades: Santarém, Itaituba, Altamira, Rio de Janeiro e Goiânia. Estão sendo cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva, além de medidas cautelares de afastamento de função pública e o sequestro de bens.
As investigações revelaram que servidores públicos recebiam pagamentos regulares de empresários ligados à exploração e comercialização de ouro extraído ilegalmente, incluindo áreas protegidas como a Terra Indígena Munduruku e reservas legais.
Mensalões de até R$ 10 mil repassados a servidores para garantir que atividades ilegais não fossem reprimidas.
Uso de veículos e materiais institucionais para a logística e segurança de ouro ilegal.
Extração mineral em áreas não autorizadas e superiores aos limites estabelecidos por guias da Agência Nacional de Mineração (ANM).
Um dos investigados recebia R$ 4 mil mensais por sua participação no esquema, enquanto outros dividiam R$ 10 mil para garantir a continuidade das atividades ilegais.
A operação identificou graves danos ambientais. Empresas investigadas teriam causado devastação em 212 hectares de terras protegidas. A extração mineral ilegal em locais como a Terra Indígena Munduruku é apontada como um dos principais vetores de degradação ambiental na região, afetando diretamente a qualidade de vida das populações indígenas e ribeirinhas.
Até o momento, a PF apreendeu oito carros de luxo, celulares, joias, uma quantidade ainda não contabilizada de ouro e dinheiro.
Quatro pessoas foram presas, incluindo dois servidores públicos e dois empresários. Entre os detidos, está um empresário com histórico de condenações por crimes como tráfico de drogas, receptação, tentativa de homicídio, uso de documentos falsos e associação para o tráfico.
A operação Cobiça é um desdobramento da operação Ganância, realizada em Rondônia em 2022, que investigou desvios de recursos públicos em serviços de UTI aérea. Estima-se que o grupo criminoso investigado na operação atual tenha movimentado mais de R$ 1 bilhão entre 2020 e 2021 com a exploração ilegal de ouro.
Os crimes apurados incluem: lavagem de dinheiro, usurpação de bens da União, formação de organização criminosa.
A Polícia Federal segue aprofundando as investigações, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias. A operação reforça a necessidade de ações coordenadas para combater o garimpo ilegal e a corrupção que facilitam a exploração desenfreada dos recursos naturais da Amazônia.
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